segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Paredes taciturnas

Ah! Se minhas paredes falassem?!
O que elas te diriam?
O que elas te contariam?
Te contaria minhas incontáveis noites em claro, onde as lágrimas desaguavam pelo chão do quarto que surgia, como um rio, da nascente dos meus olhos e fazia afluente em você. Talvez elas até vos falaria as inúmeras vezes que sussurrei, falei, gritei o seu nome entre elas, te diria também que tu és a inspiração das poucas palavras sem nexo que escrevo, e que porventura tu não sabestes até aqui devido a mudez ensurdecedora que apoderava-se da minha voz, de minhas palavras, dos meus sonhos.
Mas que infortúnio, eu malbaratei o tempo, você se foi e fiquei aqui exprimindo às paredes minhas aflições, minhas desgraças, sentindo sua falta e aguardando meu decesso que o é o que mereço, ansiando seu retorno com os braços abertos, com a alma nas mãos e esperança nos olhos, acreditando que seu "até nunca mais" um dia chegará

2 comentários:

  1. Muito lindas suas palavras, todos nós temos nossos dias escuros, e gritos calados, e alguns nem tem paredes para guadar sua dor, mas se te importar, tenho aprendido que as palavras podem até marcar, mas não realizam, nem determinam nada, então seu silêmcio pode ser compensado por ações, onde as palavras serão desnecessárias, para a timidez coragem, para o amor paciencia, para a solidão tempo, para sentimento de finitude, o novo dia. porque a vida é isso cada dia, parece igual e as vezes é, mas além das paredes mudas, existe um mundo de possibilidades que decimos agarrar ou negligenciar. Você escreve muito bem, não conseguiria fazer nada parecido, prefiro proferir palavras já ditas, meus sentimentos são rasos e sou inimiga das palavras escritas. obrigada por escrever... não pare!

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