quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Em breve, um ponto final

Chegaram os dias em que tu contarás os meus últimos dias, perdi o desejo de viver, não tenho mais anseios que outrora me impulsionavam a desafiar os piores daqueles maus dias. Até que eu queria prosseguir em vida, realizar tudo que almejava, ser melhor a cada amanhecer, ser reconhecido, bem sucedido, mas nada do que planejei deu certo e tudo está invertido. A máscara de alegria logo cai da face à meia-noite quando todos estão regozijados pelos seus dias cansativos e cheios de glória, à meia-noite é quando minha inabalável fortaleza vai ao chão, à meia-noite é quando o silêncio tira meu sono com gritos altissonantes, à meia-noite é quando percebo que a solidão é a companheira, à meia-noite é quando me calo e lágrimas falam ao longo da madrugada, à meia-noite é quando fecho os olhos e te vejo em minhas únicas lembranças, pois minha saudade tem nome e sobrenome, uma nostalgia tão graciosa e elegante, um símbolo de sabedoria e paz, vigor e robutez, à meia-noite é quando minha realidade vem à tona, tornando o quimérico em palpável, à meia-noite é quando minha angústia se torna palavras, à meia-noite é quando escrevo e a aflição tem sentido num pedaço de papel, à meia-noite porei um ponto final em vez de reticências, então tudo à meia-noite se findará.        

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