terça-feira, 19 de outubro de 2010

Palavras desvairadas

As palavras estão fugindo, desse jeito não consigo mais escrever!
A mente está ficando vazia, não sei mais o que fazer. Já bateu o desespero, as miseráveis correm, voam, estão todas indo embora, a raiva me deu um chute na canela antes de ir, a agressão me esmurrou, a justiça não enxerga mas eu que não a vi partir junto com a paixão, a desgraçada da mudez nem falou nada e ainda levou o amor, a surdez correu feito uma louca, eu gritei mas nem precisa dizer o que aconteceu... até a esperança que falam que não morre saiu de mãos dada com a morte que me deu adeus, mas este também não ficou, deu um pulo de minhas mãos e "sartô fóra", seguido pela traição, angústia, medo, felicidade. De repente veio passando a dúvida e a confusão discutindo, não sabiam se iam ou permaneciam, então decidiram seguir a certeza que estava sempre convicta de tudo, aí veio passando o último grupo de palavras lideradas pelo sonho, eram muitas porventura só avistei você, foi nesse instante que não mais a vi, pois a visão arredou o pé e nem lembrança deixou, apenas a solidão.   

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

João Tardio

Não consigo escrever, não é drama, é sofrimento de quem ama. Eu sei, você não acredita em mim e hesita no que digo, não é culpa sua fui eu quem construiu um castelo de areia onde eu mesmo o pus ao chão. Compreendo seu cansaço esperou muito, chorou demais e secou o saquinho da paciência.
Você foi justa consigo mesma, buscou sua paz e isso é o que importa! Curta bastante com seus amigos e irmãos, ria bastante, enquanto choro, que prossigas na sua vida naquilo que te dá proveito.
Enquanto isso vou vivendo com você no pensamento, e esperando algum dia te ter novamente em meus braços sem medo de viver o inacreditável intensamente e sem cometer os mesmos erros do passado. Muito obrigado por tudo o que aconteceu, está acontecendo e irá acontecer, infelizmente acordei e cheguei tarde na estação então acabei estragando tudo deixando o trêm passar dessa vez...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Paredes taciturnas

Ah! Se minhas paredes falassem?!
O que elas te diriam?
O que elas te contariam?
Te contaria minhas incontáveis noites em claro, onde as lágrimas desaguavam pelo chão do quarto que surgia, como um rio, da nascente dos meus olhos e fazia afluente em você. Talvez elas até vos falaria as inúmeras vezes que sussurrei, falei, gritei o seu nome entre elas, te diria também que tu és a inspiração das poucas palavras sem nexo que escrevo, e que porventura tu não sabestes até aqui devido a mudez ensurdecedora que apoderava-se da minha voz, de minhas palavras, dos meus sonhos.
Mas que infortúnio, eu malbaratei o tempo, você se foi e fiquei aqui exprimindo às paredes minhas aflições, minhas desgraças, sentindo sua falta e aguardando meu decesso que o é o que mereço, ansiando seu retorno com os braços abertos, com a alma nas mãos e esperança nos olhos, acreditando que seu "até nunca mais" um dia chegará

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Delírio de um navegante à deriva

Ei, segure minha mão, não tenhas medo de mim, posso não ser gracioso aos olhos carnais, aos olhos da razão e da coerência mas guardo um coração ferido, magoado e temeroso onde o carrego pelos quatro cantos do oceano da vida num barco sem rumo certo, buscando achar meu porto seguro, o cais onde eu vou poder descansar das ondas embravecidas do mar de sentimentos, da tempestade de emoções que querem à minha nau tragar.
Por favor, não me deixes com meu coração viver à deriva no mar frio e escuro da ilusão, com torrentes tempestuosas prestes a naufragar em suas profundas águas e levar-me ao âmago do seu furor... (continua)


Yehudi Abnara

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Testamento

Por favor, quando eu morrer
Imploro que me esqueça.
Não se culpe, não sofra
Que da sua memória eu desapareça.

Meu corpo, minhas coisas, podes com fogo abrasar
Que tudo em cinzas se transforme
E que as lembranças se esvaiam como a fumaça
Restando no chão apenas um monturo disforme.

Sobre meus versos sem sentido
Se publicares,
Coloque-os como autor desconhecido.

Não quero que lembres dos momentos alegres,
Pois trazem saudades
Muito menos dos momentos tristes,
Das minhas lágrimas, complexidades.

Esqueças de que um dia fui ou quis ser
Que um dia estive, que um dia passei
Faça de tudo pra me esquecer
Esquecer do meu sorriso, do meu amor, do pouco ou nada que falei...

Minha vida, meu livro

Lembranças, reminiscências, recordações de um passado escrito, desenhado, colorido, rabiscado ou rasurado. A vida é assim, como um livro inacabado que possui páginas cheias de histórias com finais felizes, chegadas, despedidas, encontros, desencontros, amores e desamores, com um presente na ponta do lápis a ser escrito, desenhado, colorido com quais cores, nuances, pigmentos que quiser... a vida é assim; vamos lá! prossiga em escrevê-la, pois as próximas páginas estão em branco seu futuro está intacto.

Yehudi Abnara