domingo, 27 de novembro de 2011

Inexplicavelmente

Desde a noite sonhara contigo,
Já seguia seus passos desde cedo
Andava depressa pensando não chegar tarde.
Meus olhos se enchiam de sua ternura e graça
Minha voz se perdia dentro de mim.
Perdia meu chão quando me olhavas
Me derretia com o seu sorriso
Minhas pernas tremiam ao vir em minha direção.
Um "Oi" bastava, ganhava o dia, a semana.
Sabe, meu maior desejo era de está contigo.
Você me fazia bem, você não sabia o quanto.
A timidez me bloqueava...
Meu suor era a consequência da briga interna entre o coração e o embaraço.
Pois é, são sensações de um cara apaixonado
De um amor não correspondido
E que não tem a obrigação de ser
Que seja unilateral
Esse sentimento quase que obsoleto e dolorido.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Falando Sério...

Homem também gosta de ser chamado de 'meu'.
Gosta de atenção, carinho, conversas, companheirismo.
Gosta de se sentir amado, se sentir importante para alguém.
Ao contrário do que muitos pensam, também possui sentimentos.
Homens também ficam triste com uma discussão, também ficam noites pensando no que fazer.
Homens choram. Quando o assunto são os defeitos do relacionamento, se fazem de forte na frente de sua garota, mas no fundo seu coração está doendo, está apertado e também têm vontade de sair gritando, às vezes.
Homens também acordam desesperados à noite quando sonham que estão perdendo sua garota.
Homens também amam. E acima de tudo - mesmo que alguns não demonstrem - precisam de uma mulher do seu lado para ajudar a viver.
Mas prestem atenção, estou falando de Homens!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

À espera

Me sentei à beira da estrada
Com o violão nas mãos,
Como quem espera a felicidade passar
E apreciar minha canção.
O sino da velha igreja começou a ressoar
Interrompendo meu canto,
Indicando a consumação de mais um dia
Em que não iria mais percorrer aquele caminho.
Então o dia se prostrou ao anoitecer
Dando lugar a um nublado crepúsculo.
Gotas de chuva dos céus caíram
Banharam o meu rosto,
Regaram minhas pegadas
Irrigaram minha esperança.
Logo brotaram saudosas lembranças
Meus olhos te fitaram no subconsciente
Como num sonho inatingível
Foi então que uma lágrima fluiu de um lado
E como uma lâmina, dilacerou o outro.
Fragmentou o juízo de um homem
Secou a emoção de um menino.
Fez nascer um guerreiro
Que seguirá entre ambas
Que viverá no limite de ambos.
Permanecerá no amor;
Que a fronteira entre a razão e a emoção.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Na terra dos iguais

Deus me falou pra lutar
Além disso, persistir.
Deus me deu os recursos
Me entregou as armas.
No campo de batalha
Só há lugar para os valentes
Deus me enviou para essa terra longínqua
Com uma missão marcial
Contrariando os iguais
Pondo-me como um fraco capacitado
Ou como um forte dependente
Deus me deixou as possibilidades
Me deixou livre
Me deixou tudo ao alcance
Pois passando disso, Ele resolve.

sábado, 24 de setembro de 2011

Partida...

Juntei meus cacos e fui embora
Saí por aí sem destino, sem rumo certo
A mente atordoada, sentimentos escorrendo pelos olhos
Na bagagem quase nada,
Alguns velhos momentos emaranhados uns aos outros
Mas o que mais pesava era um ponto final no fundo da mala
Que ficou em cima da esperança, que se amassou...
Que se perdeu, por eu não reaproveitá-la...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Vencido

No fundo do poço, na gota da alma
Sedento de viver, sedento de ser livre
Com as unhas rasgadas de tentar subir
Com  o corpo dolorido de tanto cair.

Ser justo, ser obediente, ser moderado
Pouco importa quando se está lá,
Quando se está no brêu do fundo de um poço
Onde o que se tem é a solidão e o cheiro da derrota.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Final da poesia

Será que chegou o ponto final da minha poesia?
Escrita já está, foi desenvolvida com dor, com muita dor, os versos borrados com as lágrimas de um amante solitário sentado em sua escrivaninha, contando para folha em branco seus últimos lamentos de mais um dia que sobreviveu sem... Com a tristeza de quem sente o doce amargo que é amar, com a clareza da escuridão de um olhar tão distante que faz fronteira com a solidão...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Só...

Hoje o dia amanheceu mais sombrio
Nefasta aurora
Meu coração já desfalecido
Não vive alegrias de outrora

Deveria deixá-lo
Deveria enterrá-lo
Não posso trocá-lo
Não irei abandoná-lo

Que pena, se machucou sozinho
Caiu sozinho
Levantou sozinho
Ficou sozinho

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Depois de tudo

Depois de caminhar por esse mundo azul
De ouvir o tic-tac do relógio da vida
De ver sonhos ruírem, de sonhar sonhos impossíveis
De amar e ser amado, de amar sem ser amado
De notar lágrimas no olhar, de sentí-las sobre o rosto rolar
De até se misturarem com meu suor e minha dor
E que tantas vezes regaram sementes de saudade
Fazendo-as germinar e crescer.
De observar as lagartas se transformarem em casulos
E casulos se transformarem em esperança num pé de solidão em meio ao ermo.
Depois de errar o caminho e ter que voltar novamente ao início
De estancar as feridas das quedas que levei
De retirar as pedras do caminho e jogá-las no acostamento 
De rir junto, de rir só
De encontrar e desencontrar
Quero chegar com as malas cheias de coisas boas
E você vai está me esperando de bruços na porteira
Em meio a uma paisagem bucólica
Eternizando aquele momento 
Com um longo abraço
Um selo que dantes era de despedida
Hoje um símbolo de reencontro, agora pra sempre.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Crença

Quero acreditar que estou feliz
E se for realmente, por você está ao meu lado
Pois somos complementos um do outro.

Quero acreditar que não te perdi
E se realmente for, que estejes nos meus braços
Pois meu abraço é do seu tamanho.

Quero acreditar que só foi um pesadelo
E se foi na verdade, que já despertei
Pois sonho ruim é te perder.

Quero acreditar que não sou apenas mais uma fotografia
E se for, que esteje na cabeceira de sua cama
Pois ainda lembras de mim.

Quero acreditar que não se foi
E se realmente fostes, deixastes a porta aberta
Pois logo voltará.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mutação

O mundo tem me transformado
O mal tem encoberto os meus olhos,
Tem escondido minha esperança,
Tem tirado meu sono
Me impedido de sonhar.
Estou cada vez mais cético
Mais rude, mais despótico
O negócio é bateu, levou em dobro!
Não estou com sete pedras na mão
Meu arsenal está à posto
Pra perfurar o coração de não importa quem
Assim como fizeram-me
Tiro certeiro no lado esquerdo do peito
Que transpassou o coração
Vazando parte do meu sentimento bom (quase todo)
Amor, agora? Só palavras!
Amar, agora? Só verbo.
Pois é, desaprendi a conjugar esse verbo.
Pois é, o desconjugaram de mim.
Me joguei numa metamorfose arredio
Feito uma folha de papel imprestável
Me lancei no lamaçal com os porcos em Gadara
Me sujei com a perversão dos iguais
Me tornei um igual.
Tenho bebido e me embreagado
Com o cálice de vinho do pecado
Foi aos poucos que me deturpei
...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Êta! É amô

Amô di cadêa é assim,
Bota ocê no elo
Di quem tu tá afim.
O elo de quem tu tá afim 
Im ôto tá. 
Os zóio dela vira pú ôto lado.
Não pú seu! É pú ladi lá!

Amô di cadêa é assim
Uma correria da mulesta
É ún-a andança improvávi
Cuns nomi: "Amu éla!", na testa
Ô é difíci! Ás vez dilema
É o zóio nela, mão nu coração
Inda falano poema, óia só:

" Meu amô, minha frôr de mandacarú
  Tu é a princêsa du meu reinu encantado do agresti.
  É mar linda qui Maria Bunita
  E marrainda qui o morango do Nordesti."

Amô di cadêa é assim
U cába retadu num cái, mar trupica 
Quarqué amô é assim:
Si senti
Num si isprica.



 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Aurora

Hoje me despertei bem cedinho
Nem sinal do sol
Andorinha ainda estava no ninho
E o mundo debaixo do lençol.

Me pus de pé antes do galo cantar
A lua ainda enamorava a alvorada
Dando um toque especial ao meu madrugar.

Comecei a andar pelo quintal
Presença ilustre apareceu
Deus, amigo íntimo e pessoal
Sua companhia me ofereceu.

Conversamos muito e muito indaguei
Pedi que não me levasse a mau
Não me lamentei.

Voltamos à partida
Demos um longo abraço
Selo da despedida
E de um eterno laço.


 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Momentos

Sinto que lacônica é a hora
Momentos tétricos e ditosos,
Dinâmicos e ociosos
Nas lembranças certamente ficarão
Daqueles que temem ainda em partir
Ou dos que esperam a vez de ir
Saudades eu sinto dos que se foram,
Dos que não se encontram mais debaixo do sol
Que escreveram suas histórias longas ou curtas
Benevolentes ou não.
Mas que não deixaram escapar os detalhes no seu rol.
De certo que sonharam,
Sentiram o gosto da vitória
Ou do não alcance do êxito.
Mas que em verdade sonharam, tentaram e sentiram.
Enfrentaram diversas situações, circunstâncias, desistências.
Possuiram vontades, força, garra, fraqueza, desânimo, foram humanos
Tiveram esperança, pois enquanto existir vida ela presente estará.
Por isso vivo, por isso amo
Talvez poetizo sem rimas nos versos simples numa página em branco
Escrevo sinceridade como quem sente, tenta, espera, sonha.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Versos mudos

Queria ser poeta para poder descrever nos versos de um poema o quão grande sentimento tenho por ti, declamar pra você tudo aquilo que externei numa simples folha de papel.
Queria ser poeta pra eternizar meu sentimento em forma de palavras, para que soubesses o que meu coração tem a lhes dizer ao pulsar no peito quando algum dos meus sentidos apontam você.
Queria ser um poeta e poder escrever no céu uma poesia do tamanho do universo, pois assim não precisaria publicar em livros onde suas páginas envelhecem, amarelam, se destroem, se apagam com o passar do tempo.
Queria ser poeta para saber conduzir as palavras de forma conexa e direcioná-las à minha musa inspiradora, detentora da admiração de um ser imperfeito, de um ser humano, de um ser amante.
Queria ser um poeta para exprimir meus sentimentos sem disfarces, sem artifícios, de uma forma apaixonada e direta, não sendo prolixo, explicitando todo meu amor com belas frases, magníficas citações, versos singelos e sinceros que expressem tudo o que sinto por ti.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Necessariamente estranho

Conheci um jovem um tanto incomum, jamais deparei-me com ele em qualquer parte desse velho mundo, mas me parecia familiar. Me contara sua vida sem deixar escapar detalhe algum, era um dos muitos filhos que seus pais tiveram, o seu jeito estranho era apenas o verdadeiro reflexo da sua trajetória sem luzes, sem ovações, sem honra, sem palco.
Eu via em seus olhos a vontade de brilhar, mas a sua luz estava escondida, encoberta, esquecida em algum caminho longíquo e sinuoso olvidado numa alfurja de uma memória obsoleta, na desventura de sua existência, num semblante lúgubre...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Egoísta por opção

Ah! Como eu sou cruel
Vou vivendo apenas minha vida,
Passando por cima da sua, "perreu"
Pois eu sou uma fera mordida e ferida nessa lida.

Ah! Como eu sou atroz
Lutar não é problema, o negócio é vencer
Não dou mole pra ninguém, sou algoz
Sou egoísta, quero tudo pra mim e nada pra você.

Ah! Como eu sou selvagem
Participar de sua dor? É brincadeira?!
Em sua vida só estou de passagem
É apenas mais um de muitos que levou um rasteira.

Ah! Como eu sou inexorável
Não me relates seus problemas, seus lamentos
Meu coração é impermeável
Não penses que irei te ajudar, estou vivendo minha vida, sem lembranças, sem ressentimentos.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Ainda bem! Só foi poeira!

As pessoas nos lançam na poeira do engano,
Fazendo-nos ficar com nossa visão ofuscada
Onde tinha luz, se torna breu
Onde reinava o verde da esperança, encinzeceu.
E a lama q encobria nossa face, hoje veda a audição.
Quem ouvira nosso apelo de longe, possivelmente fracassou;
Talvez tenha tropeçado nas palavras ou no medo jogados e espalhados pelo vento na plataforma da estação da vida e o impediu pegar o primeira condução rumo a felicidade.
O trem vai passando e levantando poeira, as pessoas nos lançam no pó com a intenção de nos lançar sob essa grande locomotiva. "Pow!"-"Ufa! Graças a Deus, só foi o pó!"
Então levantamos, sacudimos a poeira e vemos o trem passando, a noite indo e dando lugar a uma nova aurora.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Atrás do sorrir

Sorrir pra disfarçar a dor,
Sorrir pra maquiar a angústia e esconder o pavor,
Sorrir quando se quer chorar,
Sorrir quando a tristeza pairar,
Sorrir quando a lágrima insistir em descer,
Sorrir até sem querer,
Sorrir quando chegar e quando partir,
Sorrir, sorrir, sorrir.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Futuro Imperfeito

Como viver e obter a vida sápida,
Se não estou completo e satisfeito?
Sua imagem na memória, é nítida
Mas de pouco adianta se meu querer estiver no pretérito imperfeito.

Imperfeito é o passado que não se consumou no agora,
Tornando-se um presente imperfeito, impossível de se conjugar.
Meu futuro seguirá incompleto
Sendo fadado a sofrer, por um dia te amar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ação sem reação

Sei que aquilo externado por mim em forma de palavras não dizem nada a ninguém, não inspira, não instiga o progresso da leitura.
Por mais que eu tente atrair atenção do seu olhar é inútil até o modo mais sincero de dizer eu te amo, quando esse olhar está a 180° de distância do que o coração deseja manifestar, do que verdadeiramente preciso expor, onde essa explosão de sentimentos não terá efeito algum mesmo com um misto de fragmentos de amor, saudade, angústia, solidão causados pela detonação de um coração sedento, insista em atingí-la. Isso é a prova que nem toda ação provoca uma reação como dizem os grandes físicos, muitas vezes um esforço unilateral, uma ação sem reação.
Então o jeito é escrever pra mim mesmo ou escavar um túmulo no coração e enterrar meus desabafos, minhas angústias, minhas lutas, minhas esperanças e contar o passar dos dias sem tua presença.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Saudoso ocaso

Eu não queria que todo final de tarde fosse assim,
Acompanhado pela solidão e um sentimento de perda
Tão longe da alegria e bem próximo da tristeza,
Bem perto das lembranças e tão distante de te ter.

Se pudesse mudaria os finais de tarde
Seguidos pela ausência de seus beijos,
Sem a paz do teu olhar, sem o calor dos teus abraços.
Desaguando incontáveis lágrimas de saudades de ti...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Resposta

Mesmo que a vida só lhes traga provas, lute!
Mesmo que as provas pareçam durar uma eternidade, espere em Deus!
Mesmo que sua esperança agonize em meio às lutas, lembre-se que ela, simplesmente, não é a última que morre, ela não morre.
Mesmo que a morte pareça estar perto e suas forças longe de ti estejam, se curve, dobre os joelhos e peça forças ao Pai que com certeza Ele vos dará!
Mesmo que não suporte por tanto tempo, rogue ajuda que Deus o ouvirá e sempre enviará milhões de anjos para contigo lutar, protegendo-o de tudo que vier, com todo poder e grande glória vindas do Grande General.
Mesmo que o inimigo roube todos os seus sonhos e planos, erga a cabeça e com toda autoridade que Deus lhe deu, entre no campo do adversário e pegue tudo aquilo que tiraram de ti, tudo o que é seu.
Mesmo ainda que em luta esteja, pense e digas: “Sou um vencedor antes mesmo de lutar!”; pois quem te enviou e quem batalha por ti é muito maior e mal algum terá poder para derrotar-lhe em qualquer circunstância.
Então agora enxugue estas lágrimas que saem do teu olhar triste e cansado, que o
amanhecer logo chegará e essa noite tão e sombria, nebulosa e fria que passa a tua alma não durará por muito tempo, portanto o sol nascerá e raios de luz de esperança, paz, amor e alegria irradiarão o teu ser e olharás para o grande monte e terás convicção que o teu socorro acabara de chegar.

Segundo o registro, esse texto foi feito em 01/12/2005 ás 9:30, por acaso o encontrei em um dos meus cadernos escolares.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Se eu for um suicida...

Se um dia eu for um suicida, quero me lembrar
que fui corajoso, que necessitei de tal arrojo
pra tirar aquilo que me deram com amor,
com uma frieza imensurável.

Se um dia eu for um suicida, não quero me lembrar
que fui um medroso, tendo receio de encarar os obstáculos
que tive na estrada da minha vida
e dificultaram o meu caminhar com tantos tropeços e quedas.

Se um dia eu for um suicida, quero me lembrar
que lutei mesmo que na contramão da vida,
sendo um guerreiro sombrio
do decesso, da desgraça e da destruição.

Se um dia eu for um suicida, não quero me lembrar
que fui um covarde, e que na gélida presença da solidão
descobri o caminho mais curto para o fim do sofrimento terreno
e mergulhar nas águas turvas da morte aquecidas pelo calor do inferno.

Conquista Irreal

Faço de tudo para ser perceptível ao seu olhar, perto de ti sou um bobo, sou palhaço, sou como menino querendo brincar, brincar de amar.
Pois é, foi numa brincadeira que tudo começou, o pobre coração achou de se apaixonar e abriu suas portas que já fazia tempo trancadas sem saber de chave alguma na velha maçaneta, sua cor nem vermelha era mais, na verdade estava difícil até de identificar a coloração do velho coração.
Sempre descontente, desolado e desgracioso permanecia o velho coração, pulsava tão lentamente que chegou a preocupar, achei que iria parar, seus batimentos cada vez mais fracos era como uma música descompassada sem melodia e com uma harmonia melancólica, me causava inquietude, me vinham lágrimas nos olhos que viam a felicidade dos outros corações.
Não era falta, pois não havia experimentado o sabor da existência de outrem no seu cotidiano como os inúmeros corações enamorados, jamais tinha sentido algo diferente nos seus sentidos que o fizesse pulsar de um jeito especial, num momento que tornasse único em seu ciclo vital.
Foi então que a visão acusou a presença de uma verdadeira beldade, era realmente esplêndida sua beleza exterior, minhas pernas trêmulas começaram andar em direção daquela formosura majestosa, bela como os lírios do campo, notável como as orquídeas, onde meu olfato notou que seu odor era como o de rosas aromáticas de um jardim jamais tocado por mãos humanas, cultivadas pelo grandioso Deus. Minhas mãos queriam tocar-te, tal graça e perfeição eram reais e sensíveis como uma seda, sua voz terna me encantava, era a melodia que faltava na música da minha vida, logo então meus lábios encontraram os dela, seus beijos emanava o mel do amor, sua boca tinha uma suavidade inexplicável, fazia o tempo parar.
Ela trouxe ao velho coração um sentimento peculiar, a chave que precisava para abrir as portas para o amor, e não seguir mais na desventura de viver trancado na solidão olhando a felicidade alheia pela vidraça embaçada do meu peito. Pelo menos em sonho aconteceu, coração é assim mesmo; não tem os pés no chão.

Em breve, um ponto final

Chegaram os dias em que tu contarás os meus últimos dias, perdi o desejo de viver, não tenho mais anseios que outrora me impulsionavam a desafiar os piores daqueles maus dias. Até que eu queria prosseguir em vida, realizar tudo que almejava, ser melhor a cada amanhecer, ser reconhecido, bem sucedido, mas nada do que planejei deu certo e tudo está invertido. A máscara de alegria logo cai da face à meia-noite quando todos estão regozijados pelos seus dias cansativos e cheios de glória, à meia-noite é quando minha inabalável fortaleza vai ao chão, à meia-noite é quando o silêncio tira meu sono com gritos altissonantes, à meia-noite é quando percebo que a solidão é a companheira, à meia-noite é quando me calo e lágrimas falam ao longo da madrugada, à meia-noite é quando fecho os olhos e te vejo em minhas únicas lembranças, pois minha saudade tem nome e sobrenome, uma nostalgia tão graciosa e elegante, um símbolo de sabedoria e paz, vigor e robutez, à meia-noite é quando minha realidade vem à tona, tornando o quimérico em palpável, à meia-noite é quando minha angústia se torna palavras, à meia-noite é quando escrevo e a aflição tem sentido num pedaço de papel, à meia-noite porei um ponto final em vez de reticências, então tudo à meia-noite se findará.