terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dádiva

Pela sua voz suave que fui capturado, pelo toque de suas mãos que senti minha vida passando pelas pontas de seus dedos tão delicados e pelos seus olhos que vi o mundo de um ponto diferente muito mais alto do que o cume do teto desse velho planeta, que a cada dia me despeço quando vou ao teu encontro. É inexplicável sua presença, seu cheiro, seu jeito de menina com ímpeto de mulher, é enigmática sua graça, sua afabilidade e ternura. Quantas vezes me vi navegando nesses teus lindos cabelos, querendo naufragar numa tormenta de prazer e afogar-me nas suas ondas; quando estou contigo a tempestade passa, a névoa se esvai, minha noite vira dia e minha vida melodia numa esplêndida harmonia dissonante que se propaga aos meus ouvidos fazendo meu coração pulsar mais forte queimando amor nas minhas veias.
Tu és uma obra de arte esculpida pelas perfeitas mãos do Grande Eu Sou, és minha dádiva, meu presente do Deus Criador.

Dor de Amar

A simplicidade do teu olhar me cativou, mas porque mentis quando diz que me ama?
Se seu olhar fixa-se em outro alguém, e não são os mesmos olhos que olham pra mim, é um olhar de uma eterna amante apreciando seu eterno amado,
seus olhos não enxergam seus defeitos, seu amor por ele supera tudo e todos,
até sua maior arrogância é apagada com um sorriso. Sua passagem pela minha estrada me serviu para perceber que amar é belo, faz-nos voar livremente e flutuar sobre as nuvens da infinitude do céu, mas descobri que dói demais, que machuca quase à morte,
mas é a dor da lapidação do aprendizado da escola do amor, que infelizmente temos que passar às vezes para compreender essa força sobrenatural que se torna inexplicável no momento da dor causada pelo amor, deixando marcas escritas no coração com uma tinta indelével da cor da eternidade.