quarta-feira, 27 de julho de 2011

Só...

Hoje o dia amanheceu mais sombrio
Nefasta aurora
Meu coração já desfalecido
Não vive alegrias de outrora

Deveria deixá-lo
Deveria enterrá-lo
Não posso trocá-lo
Não irei abandoná-lo

Que pena, se machucou sozinho
Caiu sozinho
Levantou sozinho
Ficou sozinho

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Depois de tudo

Depois de caminhar por esse mundo azul
De ouvir o tic-tac do relógio da vida
De ver sonhos ruírem, de sonhar sonhos impossíveis
De amar e ser amado, de amar sem ser amado
De notar lágrimas no olhar, de sentí-las sobre o rosto rolar
De até se misturarem com meu suor e minha dor
E que tantas vezes regaram sementes de saudade
Fazendo-as germinar e crescer.
De observar as lagartas se transformarem em casulos
E casulos se transformarem em esperança num pé de solidão em meio ao ermo.
Depois de errar o caminho e ter que voltar novamente ao início
De estancar as feridas das quedas que levei
De retirar as pedras do caminho e jogá-las no acostamento 
De rir junto, de rir só
De encontrar e desencontrar
Quero chegar com as malas cheias de coisas boas
E você vai está me esperando de bruços na porteira
Em meio a uma paisagem bucólica
Eternizando aquele momento 
Com um longo abraço
Um selo que dantes era de despedida
Hoje um símbolo de reencontro, agora pra sempre.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Crença

Quero acreditar que estou feliz
E se for realmente, por você está ao meu lado
Pois somos complementos um do outro.

Quero acreditar que não te perdi
E se realmente for, que estejes nos meus braços
Pois meu abraço é do seu tamanho.

Quero acreditar que só foi um pesadelo
E se foi na verdade, que já despertei
Pois sonho ruim é te perder.

Quero acreditar que não sou apenas mais uma fotografia
E se for, que esteje na cabeceira de sua cama
Pois ainda lembras de mim.

Quero acreditar que não se foi
E se realmente fostes, deixastes a porta aberta
Pois logo voltará.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mutação

O mundo tem me transformado
O mal tem encoberto os meus olhos,
Tem escondido minha esperança,
Tem tirado meu sono
Me impedido de sonhar.
Estou cada vez mais cético
Mais rude, mais despótico
O negócio é bateu, levou em dobro!
Não estou com sete pedras na mão
Meu arsenal está à posto
Pra perfurar o coração de não importa quem
Assim como fizeram-me
Tiro certeiro no lado esquerdo do peito
Que transpassou o coração
Vazando parte do meu sentimento bom (quase todo)
Amor, agora? Só palavras!
Amar, agora? Só verbo.
Pois é, desaprendi a conjugar esse verbo.
Pois é, o desconjugaram de mim.
Me joguei numa metamorfose arredio
Feito uma folha de papel imprestável
Me lancei no lamaçal com os porcos em Gadara
Me sujei com a perversão dos iguais
Me tornei um igual.
Tenho bebido e me embreagado
Com o cálice de vinho do pecado
Foi aos poucos que me deturpei
...