sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Testamento

Por favor, quando eu morrer
Imploro que me esqueça.
Não se culpe, não sofra
Que da sua memória eu desapareça.

Meu corpo, minhas coisas, podes com fogo abrasar
Que tudo em cinzas se transforme
E que as lembranças se esvaiam como a fumaça
Restando no chão apenas um monturo disforme.

Sobre meus versos sem sentido
Se publicares,
Coloque-os como autor desconhecido.

Não quero que lembres dos momentos alegres,
Pois trazem saudades
Muito menos dos momentos tristes,
Das minhas lágrimas, complexidades.

Esqueças de que um dia fui ou quis ser
Que um dia estive, que um dia passei
Faça de tudo pra me esquecer
Esquecer do meu sorriso, do meu amor, do pouco ou nada que falei...

Minha vida, meu livro

Lembranças, reminiscências, recordações de um passado escrito, desenhado, colorido, rabiscado ou rasurado. A vida é assim, como um livro inacabado que possui páginas cheias de histórias com finais felizes, chegadas, despedidas, encontros, desencontros, amores e desamores, com um presente na ponta do lápis a ser escrito, desenhado, colorido com quais cores, nuances, pigmentos que quiser... a vida é assim; vamos lá! prossiga em escrevê-la, pois as próximas páginas estão em branco seu futuro está intacto.

Yehudi Abnara